Um Caminho Racional para Combater o Covid19

Recentemente recebi num grupo de WhatsApp uma nota interessante, supostamente assinada por um médico de Cincinnati, Ohio (Christopher D. Riemann). Mesmo não tendo como confirmar a veracidade do post, achei as idéias colocadas no artigo interessante, e resolvi criar a minha versão modificada das idéias que li.

Com o que tenho visto no momento na gestão dessa crise, e levando em conta os conhecimentos médicos que tive ao longo de minha vida nessa profissão, resolvi escrever um pouco do que acho interessante considerarmos para melhor passar por essa epidemia que assola o mundo. Devemos lembrar que esse problema já passou da fase de ser somente um caso de saúde pública, pois com a economia mundial praticamente parada, as perdas financeiras que as pessoas vão sofrer irão muito além dos problemas de saúde no curto prazo. E muito gente não está valorizando esse lado, que pode ser tão ou mais danoso do que o virus em si. A tempo: não quero aqui dizer que o problema da epidemia não é importante, muito pelo contrário, mas gostaria de deixar claro também que, no meu modo de ver o problema, estão exagerando nas regras impostas para restrição de circulação social.

Pra mim a solução para a pandemia de COVID19 precisa ser simples, eficaz e algo que todos possam fazer de livre e espontânea vontade. Os políticos vão continuar na coordenação de algumas atividades, claro, pois muitas autorizações passam por eles, mas o povo precisa se mobilizar (e não somente para tirar foto e colocar no Instagram que está doando comida pro vizinho).

Para que isso aconteça, devemos lembrar dos seguintes aspectos relativos a crise que estamos presenciando:

  1. Os políticos estão totalmente perdidos, e morrendo de medo de verem seus sistemas de atendimento ao público, na área de saúde, lotados. Somente aqui nos EUA, de 1 de outubro de 2019 a 28 de março de 2020 foram hospitalizados entre 400 mil e 730 mil pacientes por conta da gripe comum (caso queira ver os dados completos, clique aqui). Isso não saiu em lugar nenhuma da midia e não preocupou os políticos porque o sistema de saúde absorve esses pacientes sem grandes problemas. Com esse problema do Covid19 eles tem medo unica e exclusivamente de não conseguir se re-eleger, já que saúde é sempre uma das coisas usadas nos debates políticos entre adversários. A possível hiper-lotação do sistema hospitalar é o único medo deles.
  2. Pensando nisso, se a população não se mexer vai ficar a mercê de pessoas que só se preocupam em se re-eleger. Por mais que tenham alguns políticos e burocratas preocupados com a saúde das pessoas, a maioria não está nem ai se você vai ter que enterrar um parente amanhã, acredite nisso. Vida e morte para essa turma (e para a imprensa, que também não está nem ai pra você, e quer somente vender o pânico) só preocupa se o número é ruim para a próxima campanha. Os poucos que tem algum tipo de emoção com o problema o fazem por um cunho todo pessoal, pois o pensamento dos políticos é unica e exclusivamente estar bem com o eleitor na próxima eleição
  3. Os cientistas que estão do lado desses políticos estão simplesmente cuidando da sua reputação também, e preferem sempre exagerar nas medidas preventivas, pois sabem que a infecção vai afetar muita gente pois é muito contagiosa. Com isso, preferem dizer que o ideal é deixar todo mundo isolado, porém se esquecem que uma infecção viral não some espontaneamente, e que a melhor forma de prevenção é a vacina (que ainda não está pronta nem ficará pronta nos próximos dias) ou a imunização cruzada (que pode ser fornecida por pessoas que se infectaram e ficaram curadas). Como são simples consultores, preferem pintar sempre o pior cenário possível, pois qualquer melhora na vida real, envolvendo os números, vai ser creditada ao sucesso da super restrição da circulação. E nunca saberemos se isso foi pior do que permitir a circulação das pessoas.
  4. Burocratas e políticos não tem absolutamente nenhuma consequencia negativa nas suas vidas se algo que fazem não der certo. Se o isolamento causar mais mortes, ao invés de evitar, e descobrirmos isso daqui a 3-6 meses por exemplo, nenhum dos responsáveis por essa ordem vai para a cadeia, por exemplo, nem mesmo sofrerá um processo judicial se responsabilizado civilmente (ou criminalmente) pelo ato. Aliás, depois de toda essa exposição na mídia, não estranhem se muitos desses cientistas ou burocratas forem convidados para fazer parte de boards de consultoria de empresas na área de saúde, ganhando uma boa grana para fazer isso.
  5. Falando especificamente sobre a epidemia, não adianta somente diagnosticar quem TEM O COVID19, mais importante é SABER QUEM TEM A IMUNIDADE CONTRA O COVID19. Temos a disposição agora vários tipos de testes, mas são basicamente pertencentes a dois grupos: um atesta que você tem o Covid19 (teste diagnóstico), outro atesta que você tem o anticorpo contra o Covid19 (tese de sorologia para imunoglobulina). Você pode ter tido contato com o Covid19 e ter desenvolvido os anticorpos para combater o virus, e isso vai te deixar imune a ele.

Portanto, agora o mais prudente a fazer para conter a epidemia e ao mesmo tempo não acabar com a economia mundial seria fazer os testes para a presença do Covid19 e TAMBÉM para saber se as pessoas já tem a imunidade. Com isso, testando TODOS PARA SABER SE TEM O COVID19 E PARA IMUNIDADE PRESENTE dividiriamos a população nos seguintes grupos após o teste:

1º grupo = Covid19 presente / Imunologia ausente = Vão usar uma pulseira VERMELHA

  1. Se estiverem com sintomas graves (febre + falta de ar, por exemplo) já serão direcionados a hospitais que tenham leitos vagos de UTI. Esses são os quadros mais graves e precisam ser rapidamente tratados.
  2. Se não estiverem com sintomas, vão ficar 14 dias de quarentena em casa, com contato mínimo com a sociedade, como já estamos vivenciando agora

Para o tratamento, parece que a combinação de hidroxicloroquina + azitromicina tem se mostrado uma boa arma para combater o virus - MAS NÃO É PRA SAIR COMPRANDO ISSO PARA ESTOCAR. Isso deve ser discutido com a equipe médica responsável pelo tratamento. Se eu pegar esse virus, podem ter certeza que vou solicitar que apliquem esse coquetel em mim. Aliás, na minha carreira como médico eu sempre optei por indicar aos meus pacientes o tratamente que eu gostaria de escolher para mim, se tivesse o mesmo problema. Agora não seria diferente.

Assim que os pacientes deste grupo se curam (a maioria dos casos) passam a usar uma pulseira verde e vão fazer parte do grupo 2 (descrito abaixo)

2º grupo = Covid19 presente / Imunologia presente = Vão usar uma pulseira VERDE

  1. Se estiverem com sintomas leves = quarentena em casa e vai ao hospital se tiver falta de ar e outros sintomas graves
  2. Se não tiverem sintomas = PODEM ANDAR LIVREMENTE PELO PAIS

Esse grupo que teve contato com o virus e desenvolveu anticorpos, e está sem sintomas, É UM GRUPO MUITO IMPORTANTE PARA CONSIDERARMOS, e é justamente o que está sendo esquecido, trancado em casa. Essas pessoas tem que CIRCULAR LIVREMENTE NA SOCIEDADE, e muitas delas estão trancadas em casa.

Essas pessoas poderiam ser convidadas a doar o seu plasma para que outros possam ser tratados e terem essa imunidade passada a outros que precisam. Esses estudos ainda são recentes, mas acredita-se que essa forma de imunização cruzada existe e ajuda muitos pacientes graves. Isso deverá ser decidido, é claro, em conjunto com o médico particular de cada um.

Ressalto novamente: esse grupo de pulseiras verdes pode voltar a TER UMA VIDA NORMAL, e com isso a economia vai imediatamente voltar a funcionar. Esse grupo de pulseiras verdes vai sempre aumentar a medida que a imunização cruzada aumenta.

Ao primeiro sinal de que algum sintoma está surgindo nesse grupo eles devem ser testados novamente, pois ainda se tem dúvida se a imunização inicial é a única responsável pela cura. Estudando esse grupo, também, saberemos melhor desenvolver as vacinas para a prevenção da nova onda de Covid19 (que provavelmente virá)

3º grupo = Covid19 ausente / Imunologia ausente = Vão usar uma pulseira amarela

Essas pessoas não tiveram contato com o virus e estão sem a imunidade também. Esses vão ter que tomar uma decisão sobre o risco de exposição e risco de morbi-mortalidade para si e para seus membros da família e vão decidir se voltam ou não ao trabalho. Aqui teremos dois grupos:

  1. Jovens saudáveis, sem familiares doentes ou idosos: esses podem voltar ao trabalho = com isso mais uma parte importante da economia vai ser reativada. Claro que podem se infectar e ter a doença, mas isso pode acorrer a qualquer momento, agora ou daqui a alguns dias, semanas ou meses. Se todo jovem tiver medo de infecção viral altamente transmissível vai ter que ficar em casa muito tempo, e isso não tem o menor sentido
  2. Pessoas com risco de sequelas graves da doenças ou membros na família de grupos de maior risco (idosos, portadores de hipertensão e diabetes ou outras doenças sistêmicas, imunodeprimidos, etc) devem ficar em casa e receber apoio do governo para fazê-lo – neste caso passam a usar uma pulseira listrada de vermelho e amarelo.

Aqui é a hora das saúde pública atuar (informações, conselheiros, questionários, árvores de decisão) para ajudar o grupo de pulseiras amarelas a fazer a melhor escolha para eles.

Esse grupo de pulseira amarela deve ser testado semanalmente, para saber se pegaram o Covid19 e desenvolveram ou não a imunidade. Com isso saberemos também se essa imunidade é adequada para o longo prazo. O mesmo devemos fazer para os de pulseira verde.

As decisões em épocas como a que estamos vivendo não são fáceis, mas deixar uma infecção viral, por mais contagiosa que seja, acabar com a economia mundial, não é uma boa idéia. Outras infecções já aconteceram, e novas epidemias vão acontecer. Se o isolamento completo, como o que estamos vendo agora, se repetir quando temos um novo virus pelo caminho, podem ter certeza de uma coisa: a morte no longo prazo por conta das perdas econômicas será muito maior do que os casos de morte que temos hoje pelo Covid19.

Precisamos pensar muito nisso tudo, e não somente obedecer cegamente a ordens de pessoas que não tem responsabilidade direta pela nossa vida ou morte.

OBS – como já disse no início deste artigo algumas das idéias mostradas aqui eu retirei de um post que vi, assinado pelo médico americano Christopher Riemann, médico oftalmologista de Cincinnati, Ohio, que circulou recentemente nas mídias sociais. Resolvi escrever esse post com algumas modificações da proposta original dele sobre o uso de pulseiras para deixar mais claro para um público leigo como podemos ter uma outra idéia no combate a essa epidemia. Mesmo que essa mensagem não seja totalmente verdadeira e ligada ao médico, achei o conceito interessante para ser pensado adiante. Espero ter colaborado pelo menos com outros pontos de vista, nesse importante momento que estamos vivendo.

Close

Por favor  complete o formulário para acessar esta página