JPM começa a mostrar os números da crise

balanços covid19 earnings jpm Apr 14, 2020

O lucro do JPMorgan Chase & Co (JPM) caiu mais de dois terços no primeiro trimestre de 2020 - 69%. Um número grande, convenhamos. mas parece que o mercado não ligou muito, pois já esperava grandes quedas por conta do que vivemos hoje no planeta.

Um dado importante que observamos na comunicação de hoje: o maior banco dos EUA separou quase US$ 7 bilhões em reservas para protegê-lo de uma onda de possíveis inadimplências nos próximos meses, por conta do que vem pela frente depois que a economia americana foi fechada por conta do Covid19.

Os resultados do JP Morgan são os primeiros da atual temporada de balanço. E não é nada animador. O CEO Jamie Dimon disse aos acionistas que a economia enfrentará uma recessão severa por causa da crise do Coronavírus que até agora não tem uma perspectiva de acabar. Um dado muito positivo da call do banco foi saber que Jamie Dimon está bem e se recuperando plenamente do problema cardíaco que teve em março, que o obrigou a se submeter a uma cirurgia de urgência.

O banco reservou um total de US$ 8,3 bilhões no primeiro trimestre para cobrir empréstimos que podem não ser pagos após o fechamento de grandes áreas dos Estados Unidos e de outras economias importantes no mundo, principalmente Europa e Asia. A CFO Jennifer Piepszak alertou também que o atual acúmulo de reservas de crédito se baseava em uma recuperação econômica modesta na segunda metade do ano e que poderia subir significativamente se a economia piorar.

As reservas incluíram US$ 4,5 bilhões contra possíveis inadimplências de empréstimos ao consumidor, já que milhões de americanos já perderam seus empregos e lutam para efetuar pagamentos de qualquer coisa, incluindo os pagamentos mais básicos como aluguel e comida.

As regras contábeis exige que os bancos tomem provisões agora se um mutuário puder ficar inadimplente a qualquer momento durante o contrato, mesmo que isso esteja a meses ou anos.

Com relação aos dados dos balanços, a receita em três de seus quatro principais negócios caiu, embora as negociações tenham provado ser um ponto positivo em um trimestre sombrio. A área de banco de investimento do JPMorgan foi prejudicada por uma interrupção quase total na atividade de M&A e na subscrição, com exceção das dívidas com grau de investimento.

A receita financeira líquida do banco permaneceu estável em US$ 14,5 bilhões, uma vez que as taxas de juros mais baixas foram compensadas pela maior receita financeira líquida de seus negócios de banco de investimento. Analistas previam uma receita líquida de juros anual de US$ 55,5 bilhões.

O lucro líquido do banco caiu para US$ 2,87 bilhões, ou 78 centavos por ação, no trimestre encerrado em 31 de março, comparado com US$ 9,18 bilhões ou US $ 2,65 por ação no ano anterior. Como você pode ver, a pancada foi grande no Q1, e o banco já se prepara para um Q2 que também não é nada animador. 

Um mês atrás analistas estimaram que o JPMorgan (JPM) ganharia US$ 2,74 por ação, segundo dados da Refinitiv. As reservas adicionais, em grande parte resultado do COVID-19, reduziram os resultados em US$ 1,66 por ação.

Ainda completando a temporada de balanços dos grandes bancos, amanhão é o dia de sabermos como foi o Q1 para o Bank of America (BAC), o Citigroup (C) e o Goldman Sachs Group (GS) que divulgarão os resultados nesta quarta-feira antes do mercado abrir. Entre os grandes ainda tem o Morgan Stanley (MS) na quinta-feira dia 16.

 

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